domingo, 10 de fevereiro de 2008

Papillitta


Vi uma angélica borboleta.
Uma senhora encontrou-a
No meio das suas roupas.
Quando a vi

Peguei em suas delicadas asas.
Coloquei-a na palma da minha mão.
Suas asas pareciam estar trémulas.
Acalmaram-se.

Olhei para os seus minúsculos olhos,
Que naquele momento pareciam
Pequenas estrelas…

Olhamos um no outro.
Um espinho cravou-me no meu coração.
Se a vissem… Só a queriam protegê-la.
Como são belas!
Levei-a à rua.

Pensava que poderia querer voar…
Mas não.
Permaneceu sempre na minha mão.
O vento estava gélido
Capaz mesmo de arrancar-lhe as asas.

Levei-a para um outro local,
Local mais acolhedor.
Ensinei-lhe a voar (como se fosse uma bebé–borboleta.)
Olhava para mim com atenção.

De imprevisto,
Esta abriu suas lindas asas.
E voou, naquele recinto fechado.

Volta e meia
Caiu, embatendo no chão.
Voltei a pegar-lhe…
Estava ferida, Já antes de ter voado…
Eu, nada pude fazer…
Estive com ela um pouco.

O vento estava ficando moderado
E levei-lhe à rua, novamente.
Estendi-a em minha mão.
Como não podia ficar com ela,
Atirei-a ao ar, levemente,
E o vento deu-lhe um empurrão.
Voou.
Voou um pouco mas voltou
A colidir.

Ficou em cima da minha chaminé.
Pensei que ali ficasse…
Poderia ser o seu sepulcro.
Não.

É provável que a Vida
Lhe tenha dado vida.
Pobre pequena voadora.
Tão bela e tão padecente.
Se algum de vós
Vir alguma diante dos vossos olhos,
Não a maltrateis.

Dá vida a todas elas
Como a própria Vida vos dá a sua.
E fareis como eu
Contar esta história
Ao mundo dos homens
Para que estes não dominem
Aquilo que não lhes pertence
Mas que a mãe Natureza Lhes dá.

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