quarta-feira, 5 de março de 2008

Imperatriz



Sem dó nem piedade,
Abandonei a minha realeza.
Aqueles momentos
Deveriam ser só para ela
- e dela foram.

Pequena,
Baixa,
Magra,
Cabelos curtos...
Um ser quase raro de se ver.

Que sentiste, coração?!
Sentiu a sua desgraçada vida desmoronar-se
Diante dos olhos.

O majestoso Sol
Inclinou-se para mim
E melhor pôde contemplar
A beleza da jovem imperatriz
Desse mundo.

Que tinha ela?!
Por ser imperatriz,
Não carregava em si a vaidade,
Nem pomposos vestidos,
Nem penteados dourados...

Imperatriz da pobreza...

Foi aí, durante um longo tempo,
Que meus olhos largaram as suas águas,
Que vieram deslizando pela minha face.

Aquele brilhante olhar nunca encontrou o meu.
Se assim fosse,´
Já não estava neste mundo injusto.

Se a vissem a olhar
Para a dona vaidade...
Teriéis estremecido...

Pobre menina,
Caída em terra vil...
Porquê ela...?!
Porquê eles...?!

(18.II.2008)
P.F

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